A ORDEM DOS IRMÃOS DA BEM AVENTURADA VIRGEM MARIA DO MONTE CARMELO nasceu na Terra Santa, no final do século XII. Sua espiritualidade se caracteriza pela inspiração em duas figuras: o Profeta Elias e a Virgem Maria. Sua Regra foi escrita entre 1206 e 1214 por Santo Alberto, Patriarca de Jerusalém e aprovada em 1247 pela bula “Quae honorem conditoris” do Papa Inocêncio IV. Os frades carmelitas, na Europa, conviviam no mesmo convento com os leigos(as). Eram denominados de “oblatos” ou “donatos”, visto que doavam os próprios bens aos conventos, passando a depender dos mesmos para o seu sustento. Como na sua maioria eram mulheres, havia necessidade de casas próprias. Também eram chamadas “manteladas”, pois traziam um hábito semelhante ao dos frades” (OCS. n. 6).

Com o passar do tempo, as organizações destes homens e mulheres ficam bem similares, inclusive com obrigações parecidas às dos Frades Carmelitas. A fim de organizar ainda melhor a participação dos(as) leigos(as), em 7 de outubro de 1452 o Papa Nicolau concede aos frades carmelitas a bula pontifícia “Cum Nulla”. Com a bula os(as) leigos(as) carmelitas tiveram sua primeira aprovação jurídico eclesiástica. “Esta bula lançou as bases da Ordem Segunda e Terceira, com várias etapas de desenvolvimento. A bula autoriza os superiores da Ordem a dirigir vários grupos de mulheres e a explicitar o seu gênero de vida. A concessão contida na bula “Cum Nulla”, foi, posteriormente, explicitada por outra bula, “Dum atenta” de Sisto IV, de 28 de novembro de 1476. Estes dois documentos pontifícios são a base da estrutura da Família Carmelitana” (OCS. n. 07).

A Ordem Carmelita, inserida na Missão da Igreja, oferece ao Povo de Deus, através de sua Espiritualidade, um caminho de santidade, como resposta aos urgentes desafios de nosso tempo (GS, n. 4-10; Ch. L n. 3-7). O “viver em obséquio de Jesus Cristo e servi-lo fielmente com o coração puro e reta consciência” (2Cor.10,5; 1Tim 1, 5), constitui a atitude fundamental do carmelita e é a fonte de onde brotam os elementos fundamentais que constituem o Carisma e a força que dão sentido à sua presença e serviço na Igreja e no mundo.

Inseridos nesta dinâmica do Carisma e da Espiritualidade da Ordem do Carmo. Na Assembleia anual do Comissariado Geral dos Carmelitas do Paraná, acontecida em janeiro de 2015, no Convento do Carmo de Curitiba, na Vila Fanny, alguns membros representantes do Grupo de Leigos Carmelitas pediram ao Comissariado Geral que elaborasse um Manual Próprio para a organização e constituição de grupos de Leigos Carmelitas.

Pensando na elaboração deste projeto Frei Ivani Pinheiro Ribeiro, O.Carm., Comissário Geral do Comissariado Geral dos Carmelitas do Paraná, confiou esta tarefa a uma comissão homologada para este fim. A comissão percebeu a necessidade de formar a Secretaria para o Laicato do Comissariado Geral dos Carmelitas do Paraná para melhor organizar a vida formativa daqueles que vivenciavam a espiritualidade carmelitana no Comissariado Geral. Percebeu-se também, que haviam pessoas que desejavam uma pertença maior a Ordem por meio da consagração de vida. A partir da reflexão da comissão percebeu-se que a regra da Ordem Carmelita Secular da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo ou Ordem Terceira do Carmo era o instrumento adequado para organizar a vida destes homens e mulheres; sejam para aqueles que desejam beber da fonte no Grupo de Leigos Carmelitas ou para aqueles que desejam uma consagração de vida, para ambos a Fraternidade Carmelitana Secular é um espaço adequado para se fazer a experiência transformadora de Deus.

A Fraternidade Carmelita Secular no Comissariado Geral dos Carmelitas do Paraná tem por finalidade criar condições para que todos os membros possam responder à sua vocação específica, através de uma transformação gradual de seu próprio ser em Cristo, ser “sal da terra e luz do mundo” por meio da experiência de oração contemplativa, da vivência fraterna e do serviço à Igreja. Os membros Fraternidade Carmelita Secular profundamente inseridos no mundo, procuram, diante dos apelos emergentes, construir, pelo seu testemunho e engajamento, referenciais de transfiguração da realidade em que estão inseridos, à luz dos valores irrenunciáveis do Evangelho.